sábado, 7 de julho de 2007

O JORNAL DE MONTES CLAROS – pg 06 - 21-05-1987



BELO HORIZONTE - Cz$ 39,45 milhões, este é o verdadeiro saldo do golpe aplicado contra Banco do Brasil, pelo bancário Setembrino Lopes Filho, pelo professor Rui Muniz e pelo comerciante Manoel Pedro Gonçalves Francisco. Eles foram autuados em flagrante pelo delegado José França Ta­vares, no dia 12 passado, e estão presos em cela do Dops.
Com o envio do inquérito ontem à Justiça, o delegado informou à imprensa, a verdadeira história do golpe. A primeira surpresa foi a constatação de que o golpe não foi de Cz$ 34 milhões 900 mil, como havia sito anunciado, e sim de Cz$ 39 milhões, 450 mil. “Houve um erro de comunicação” alegou o delegado.
Os mentores do desfalque, segundo as apura­ções, foram Rui Muniz e o bancário Setembrino Lopes, já que os dois inocentaram o comerciante Manoel Pedro Gonçalves, sendo involuntária a participação dele.
Conforme relato do delegado o golpe teve início em meados de abril, durante encontro entre, Rui e Setembrino, em Janaúba. No dia 20 do mes­mo mês, eles conseguiram com o comerciante Manoel Pedro um telex emprestado para a transmissão de "mensagens políticas". O comerciante levou os dos em uma firma de Janaúba, onde eles gravaram duas fitas no telex, uma para o dia 28 de abril e outra para o dia 4 de maio, determinando o crédito de Cz$ 39 milhões 450 mil na conta da ­Prefeitura de Janaúba. Com as fitas gravadas, o bancárío Setembrino foi para Belo Horizonte e no dia 4 de maio, iniciou o desfalque, já que dia 28 de abril foi feriado bancário.
O bancário foi até a sala de operações do te­lex da agência Centro do BB, onde trabalha, e transferiu os Cz$ 39 milhões 450 mi1 para agên­cia da Savassi, utilizando a chave e o código secreto do banco.
Rui Muniz foi até à agência, determinou que a quantia fosse transferida para o Banco Real, agência Barro Preto, para Roberto Marques de Souza. A partir daí, a dupla passou a dinheiro no mercado de capitais, para o dono do dinheiro e transforma-lo em dólares.

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